O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, foi à Web Summit falar de unicórnios - mais especificamente sobre o primeiro aniversário da Fábrica de Unicórnios, a incubadora e aceleradora de startups, uma das suas bandeiras eleitorais. Não ignorou, porém, o elefante na sala.
Em curtas declarações aos jornalistas no stand da Unicorn Factory, na Web Summit (em substituição de uma conferência de imprensa marcada para as 16h, entretanto cancelada), Moedas não quis comentar diretamente a atual crise política aos jornalistas, mas arriscou que “nós precisamos no País de estabilidade política, económica e social. E obviamente que o que se passa hoje em Portugal é muito grave".
“Espero que [Montenegro] seja o próximo primeiro-ministro de Portugal”
Moedas garantiu ainda que “todos sabem, até porque isso ficou claro neste sábado, que apoio Luís Montenegro, que é o líder do meu partido e que espero que seja o próximo primeiro-ministro de Portugal”; e que irá manter o cargo de presidente da câmara da capital independentemente dos resultados das eleições legislativas de março.
“Muitos empresários vêm perguntar-me quais as consequências da crise política: em Lisboa não há consequências porque Lisboa é estável (…) É muito importante manter esta estabilidade", frisou.
Sobre a viabilização do orçamento municipal para 2024, apresentado esta terça-feira, Moedas defendeu que o documento, com uma despesa prevista de 1,3 mil milhões de euros, deveria ter sinal verde dos partidos do outro lado da barricada: “Parece-me quase impossível a oposição chumbar um orçamento que aumenta neste ano mais 40% no investimento para a habitação”, disse.
“Temos de respeitar quem vota no Chega”
Sobre a possibilidade de o PSD poder vir a necessitar do Chega para governar no caso de uma vitória nas próximas legislativas, Moedas aludiu especificamente à sua situação atual no município: “o presidente da câmara de Lisboa não governa com o Chega”.
Reconheceu ainda assim que “as pessoas que hoje votam no Chega estão revoltadas com o que se passa no País (…) temos de respeitar essas pessoas que votam pela revolta de não aguentarem mais um país onde os políticos não se dedicam à causa pública”.