A sede do PS, em Lisboa, estava à pinha. Na sala, nos corredores, na escadaria de acesso ao primeiro piso, os apoiantes iam chegando e procuravam espaço numa sala onde já não havia espaço possível. Foi nesse cenário que Pedro Nuno Santos chegou, ladeado de Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social e rosto da ala mais moderada do partido, e de Luísa Salgueiro, presidente da Associal Nacional de Municípios e representante dos autarcas de “Portugal inteiro”.
Esse seria só o primeiro sinal do que se seguiria: um discurso virado para fora, apostado em desconstruir os receios daqueles que o veem como um socialista “radical”. Acreditando já ter o partido na mão, Pedro Nuno olha para as legislativas de 10 de março e aponta o dedo ao seu presumível adversário, Luís Montenegro, sugerindo que, da mesma forma que a direita disse que não iria aumentar impostos e aumentou, também se prepara para fazer acordos com a extrema-direita, quando diz que não o vai fazer.