O mundo do PS mudou do dia para a noite e, de repente, os socialistas começaram a equacionar possibilidades que até então pareciam estar fora de órbita. Aceitar nomear um líder de transição, para que António Costa (ou outro líder de transição) não se prolongue no cargo até à realização de eleições antecipadas, passou a ser uma hipótese admitida entre alguns socialistas. O choque da notícia da demissão abrupta do primeiro-ministro ainda não passou e o PS reagiu com silêncio e com luvas: qualquer faísca fora do eixo pode comprometer a unidade do futuro próximo do partido.
A dada altura, nas respostas que deu aos jornalistas aquando da declaração em que se demitiu, o primeiro-ministro disse que ficaria no cargo até ser substituído, remetendo a data da sua saída para o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa ainda não se manifestou e vai ouvir os partidos esta quarta-feira, mas no PS começa a correr a ideia de que uma das soluções para o problema pode passar por um líder de transição, saindo António Costa de imediato, para que as eleições pudessem ser feitas com mais tempo e dando assim tempo para que o partido realize eleições primárias e congresso. Augusto Santos Silva ou Carlos César são dois dos nomes que poderiam ser aceites no PS, inclusive entre pedronunistas.