António Costa já tinha escolhido João Galamba para fechar, esta terça-feira, o debate do Orçamento do Estado (OE), antes de o Presidente da República ter vetado o decreto-lei que enquadra a privatização da TAP com duros recados. Mas o veto com estrondo mais o discurso de Galamba no Parlamento, que até citou Marcelo sobre o OE, resultou em mais um episódio na instável coabitação entre palácios. O primeiro-ministro foi esta quinta-feira a Belém tentar convencer o Presidente a aceitar que as explicações às suas dúvidas fiquem no plano privado, porque, em letra de lei, o Executivo quer manter tudo com pinças.
Ao que o Expresso apurou, a escolha do ministro das Infraestruturas para um dos principais palcos que Costa dá aos seus ministros foi mais uma prova de que o valoriza como ministro e que Galamba está no Governo para ficar, resultando, de caminho, numa provocação ao Presidente, ou ao antecessor Pedro Nuno Santos. Mas o certo é que a escolha de puxar pelo seu ministro mais frágil acabou por ter ainda mais peso: aconteceu logo a seguir ao Presidente ter devolvido sem promulgação o decreto, não querendo dar um cheque em branco a uma negociação direta.