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Política

"Nós não vivemos para as eleições internas". Costa puxa pelas reformas do SNS e do SEF

Costa aplaude os que “pensam pela sua própria cabeça” dentro do PS, mas não quer lutas fratricidas. Elogia António Guterres pela histórica defesa do direito à autodeterminação de Timor Leste, crítica PSD pelo “amor de verão” do IRS, defende Orçamento com unhas e dentes, ignora polémica do IUC e puxa pela política de contas certas e pelas “reformas” que tem em marcha: o SNS e o SEF

LUÍS FORRA

António Costa começou o discurso de abertura da Comissão Nacional do PS deste sábado como começou: a falar de eleições. Primeiro para dizer que o partido se reúne este sábado para preparar os congressos e as eleições internas que se avizinham, num calendário eleitoral “muito exigente”, depois para agradecer o empenho do PS Madeira numas eleições em que o PS perdeu, e, por fim, para apelar ao partido que não pense demasiado nas eleições internas (onde se incluem as eleições para o substituir como secretário-geral), porque o que importa é “o interesse dos portugueses”.

“Temos de organizar o nosso congresso, mas é importante não esquecer o fundamental: nós não vivemos para as eleições internas, vivemos para servir os portugueses”, disse o secretário-geral socialista num discurso com recados para dentro, sublinhando que as lutas internas devem respeitar os princípios da frontalidade do debate, mas também da “camaradagem fraterna”.

Numa altura em que Pedro Nuno Santos se estreou no comentário televisivo, assumindo-se informalmente como o comandante do batalhão de socialistas a que Augusto Santos Silva já rotulou, numa reunião partidária interna, de “os livres pensadores”, António Costa não ignorou a realidade. “Disputamos o que há a disputar entre nós, porque somos um partido plural onde cada um pensa pela sua cabeça, mas que o façamos com sentido de camaradagem e nunca esquecendo o essencial: estamos cá para servir Portugal”, disse na abertura da Comissão Nacional do PS, cuja reunião decorre este sábado no Centro de Reuniões da FIL, em Lisboa.