Foram quase duas horas e meia de conferência de imprensa da apresentação do Orçamento do Estado para 2024. Enquanto Fernando Medina se demorava nas respostas aos jornalistas, os partidos começaram a reagir ao documento que será discutido na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro. Uma das grandes novidades foram as alterações no IRS, na ordem dos 1300 milhões de euros, que ultrapassaram os valores anteriormente lançados por membros do Governo. Sabendo que a medida supera a proposta do PSD – que ia até aos 1200 milhões de euros –, Joaquim Miranda Sarmento lembrou que o PS tinha classificado a proposta social-democrata de “irresponsável” e acusou o Governo de “insensibilidade social” por não avançar com a redução já este ano.
À semelhança do PSD, também os restantes partidos desdobraram-se em críticas ao documento. À direita, o Chega classificou o OE como “de remendos e muita propaganda” e a Iniciativa Liberal reafirmou que irá votar contra o documento não “serve” o país - os dois partidos foram os únicos a anunciar o voto contra, ainda antes da discussão na Assembleia da República (AR). Do outro lado do espectro político, o Bloco disse ficar “aquém” das necessidades dos portugueses, o PCP acusou o Governo de se colocar ao lado do “grande capital” e o Livre falou num orçamento “pior do que os da geringonça”. Também o PAN criticou a “ilusão” no alívio fiscal que acaba por ser “absorvido” pelos escalões de IRS. E, à semelhança do Livre, pede mais. Aliás, só os novos ‘parceiros’ do Governo têm mais expectativas quanto ao diálogo, se a maioria absoluta não quiser dar a imagem de “rolo compressor”.
Perante as críticas, o PS reafirmou o apoio ao documento e defendeu que este vai “mais longe” do que os pedidos da oposição. Ainda assim, o partido diz-se “disponível” para a discussão na especialidade.