Política

"Saio mais rico espiritualmente", diz Costa após encontro com Papa Francisco

Primeiro-ministro foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano. António Costa agradeceu a ajuda e destacou a relação secular entre Portugal e Santa Sé. Sobre política nacional nem uma palavra.

FOTO Luís Barra

"Uma oportunidade de ouvir o Papa Francisco sobre os temas a que tem dado particular atenção, as desigualdades e a paz. Foi uma conversa particularmente interessante", confessou António Costa depois da audiência com o Papa Francisco, esta manhã no Vaticano.

Recusando falar sobre os temas de política nacional - fosse a TAP ou os resultados nas eleições da Madeira - o primeiro-ministro voltou a lembrar o “trabalho extraordinário” que permitiu a realização da Jornada Mundial da Juventude.

“É uma pessoa particularmente cativante, empática, com uma mensagem clara. Pelo menos para mim, é particularmente fácil encontrar-me com a sua palavra e mensagem”, reconheceu António Costa. Lembrando que este é já o quinto encontro, o primeiro-ministro confessou que esta foi a conversa mais prolongada e, consequentemente, “mais enriquecedora”. "Saio mais rico espiritualmente”, disse.

Destacando a “relação secular” entre Portugal e a Santa Sé, Costa lembrou que neste momento o país tem "a maior representação de sempre no número de cardeais, quatro deles eleitores, dois bastante jovens que seguramente serão cardeais por muitas décadas. É um sinal importante que o Papa Francisco tem dado para o rejuvenescimento da igreja".

Anunciando que Francisco publica na próxima semana uma nova encíclica sobre alterações climáticas, Costa confirmou que foi esse um dos temas centrais da conversa. Também abordada, a guerra na Ucrânia. “Todos convergimos na vontade que haja paz, justa, duradoura e que chegue o mais rápido possível. Cada um a procura pelos seus próprios caminhos e tem sido muito importante a mensagem e a mediação que tem desenvolvido a Santa Sé”, disse o primeiro-ministro que ainda falou do apoio aos migrantes.

“Não conheço uma sociedade europeia onde a vida pudesse decorrer com normalidade sem migrantes”, lembrou António Costa, lembrando que vê “muita gente a dizer que não queremos mais migrantes, mas são as mesmas pessoas que depois recorrem aos migrantes para satisfazer necessidades básicas da sua vida”.