Política

Luís Marques Mendes: "Vamos ter as eleições europeias mais 'nacionalizadas' de sempre"

As eleições da Madeira, o Orçamento de Estado e as eleições europeus vão ser os principais desafios do novo ano político, defendeu o comentador SIC no seu habitual espaço de comentário no "Jornal da Noite"

Luís Marques Mendes considera que as eleições europeias vão ser um dos principais desafios do novo ano político que agora começa e que se advinha “politicamente agitado”.

"Vamos ter as eleições europeias mais 'nacionalizadas' de sempre", afirma o comentador SIC no seu habitual espaço de comentário ao domingo no Jornal da Noite.

Na opinião de Marques Mendes, o primeiro-ministro “precisa de ganhar para evitar instabilidade”, enquanto Luís Montenegro necessita de vencer “para reforçar a sua liderança”, estando exposto ao “risco do Chega”. Já PCP, BE, IL e CDS têm nas europeias um “teste às novas lideranças”.

Ainda assim, não considera haver um risco de uma derrota do PS signifique a queda do governo. “Não é nada provável. Nem desejável. São as regras da democracia. Em 2004, a coligação PSD/CDS perdeu europeias por 11 pp. Jorge Sampaio não dissolveu AR por esse facto. A derrota do PS pode gerar agitação, mas não dissolução.”

Outros dos “acontecimentos especialmente desafiantes” do próximo ano serão as eleições Regionais na Madeira (já no próximo dia 24 de setembro). Estas “são eleições regionais com reflexo nacional”, afirma Marques Mendes. “Uma maioria da coligação liderada pelo PSD reforça Montenegro. Sem uma maioria, surge o ‘pesadelo’ do Chega.”

Outro desafio no horizonte da política nacional é o Orçamento do Estado para 2024. "O OE para o próximo ano é um grande momento, porque tem a ver com a vida das pessoas.

Assim, acredita, este será um OE de "grandes riscos" (devido à estagnação do PIB da UE, juros altos, inflação). A isto soma-se um contexto de abrandamento da economia dos EUA, uma previsão de crescimento reduzido do PIB e a tendência de redução da divida (perto de 100% do PIB). Além disso vai ser “um OE dominado por plano de redução do IRS”, resta saber se vai ser pífia ou se vai ter significado".

Luís Marques Mendes destaca ainda os congressos do PSD e PS como outros grandes momentos do ano político. Os partidos têm previstos respetivamente um congresso estatutário em novembro e um congresso eletivo em março. “Ambos vão transformar-se em ‘comícios’ pró-europeias. Não é de excluir que PS e PSD aí façam anúncio de cabeças de lista.”