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Política

PSD fica longe de uma reforma fiscal, assinalam especialistas em impostos

Fiscalistas concordam que a carga fiscal tem que ser reduzida, mas sinalizam que as cinco medidas propostas pelo maior partido da oposição ficam aquém do que deve ser feito

Ex-líder Marques Mendes, à esquerda de Montenegro, e Carlos Moedas, à direita
Luis Branca

Mais do que protagonizarem uma reforma fiscal, as propostas relativas aos impostos apresentadas pelo PSD sinalizam a necessidade de se olhar, com profundidade e de forma global, para os problemas de que padece o sistema tributário português e trabalhar nas soluções. Três fiscalistas – Rogério Fernandes Ferreira, Paulo Núncio e Luís León – ouvidos pelo Expresso a propósito das cinco medidas de caráter fiscal defendidas pelo maior partido da oposição concordam que a carga fiscal deve baixar, mas há dúvidas sobre o alvo, o alcance, a forma e o momento escolhidos pelo PSD, em particular no que diz respeito ao corte no IRS, no valor de 1.200 milhões de euros.

Coube a Luís Montenegro, líder do PSD, dar o pontapé de partida na Festa do Pontal, no Algarve, com o anúncio de uma redução no IRS, um impulso no IRS Jovem, a atualização anual obrigatória dos escalões do imposto à inflação, a isenção de tributação dos prémios por desempenho ou produtividade, bem como o escrutínio pela Assembleia da República dos excedentes orçamentais.