Política

Assis pede a Marcelo que se pronuncie sobre buscas a Rio e ao PSD: "Estou convencido que o vai fazer"

“O Presidente da República entenderá a forma mais adequada de se pronunciar sobre o assunto". Para o Presidente do Conselho Económico e Social, perante a “gravidade” da situação “todos têm obrigação de o fazer”.

Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social desde 2020
NUNO BOTELHO

O socialista Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social, defendeu hoje que o Presidente da República deve pronunciar-se sobre as buscas à sede do PSD e à casa do ex-líder Rui Rio, face à gravidade da situação.

“O Presidente da República entenderá a forma mais adequada de se pronunciar sobre o assunto. Mas, que eu entendo que o Presidente da República se deve pronunciar e estou convencido que o vai fazer, não tenho a mais pequena dúvida”, disse Francisco Assis aos jornalistas, à margem da IV Convenção dos Estados Gerais do PS/Madeira, em Santa Cruz.

Para Francisco Assis, “o que se passou, nesta semana, é de uma gravidade tal” que justifica não ficar em silêncio. “E - afirmou - entendo que todos têm obrigação de o fazer e não devem refugiar-se em declarações ambíguas. Devem tomar posições muito claras. Todos quantos têm responsabilidades políticas em Portugal”.

Considerando que isto não foi só um ataque ao Dr. Rui Rio, isto foi um ataque às instituições democráticas portuguesas”, Assis alerta que isto “já não é um problema da justiça. É um problema da política de justiça. Da política no sentido até mais exigente da palavra, no sentido da organização política do Estado português”, sustentou.

"Há aqui uma responsabilidade política que tem de ser plenamente assumida”, insistiu, admitindo a sua inquietação “porque é uma das maiores ameaças que nós temos, não apenas em Portugal”.

“Não é pôr o Ministério Público na ordem. No sistema judicial, na minha opinião, há segmentos do sistema judicial, que se estão a se comportar de uma forma completamente inaceitável, pondo em causa princípios básicos num Estado de Direito. Em articulação com alguma comunicação social”, opinou.

O presidente do CES acrescentou que esta articulação, entre alguns setores do mundo judiciário e alguma comunicação social, no seu entender, “até adquire contornos criminosos, que põe em causa regras basilares do Estado de Direito”.