O primeiro-ministro apresentou ao Presidente da República a proposta de exoneração do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, a pedido do próprio, lê-se numa nota do gabinete de António Costa divulgada esta manhã. A demissão já foi, entretanto, aceite por Marcelo Rebelo de Sousa.
“Na sequência da proposta do Primeiro-Ministro, o Presidente da República aceitou a demissão do Secretário de Estado da Defesa do XXIII Governo Constitucional, Marco Alexandre da Silva Capitão Costa Ferreira.”, lê-se na breve nota da Presidência. Não há, por enquanto, nome de substituto, nem data para a posse.
O pedido de Marco Capitão Ferreira acontece depois de o Expresso dar conta de que tinha contratado um assessor fantasma quando liderava a holding da Defesa, IdD - Portugal Defence: admitiu Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para assessor da administração, mas o gestor nunca foi visto a exercer funções nesse local.
Para além disso, o governante estava a ser questionado por uma assessoria de €61 mil prestada em 2019, em cinco dias, ao ministério que agora tutela como secretário de Estado da Defesa Nacional. Em causa está um contrato com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), à data liderada por Alberto Coelho, um dos envolvidos na operação judicial 'Tempestade Perfeita' .
Na quarta-feira, o parlamento aprovou uma audição de Marco Capitão Ferreira para prestar esclarecimentos, aprovada na comissão parlamentar de Defesa Nacional com a abstenção do PS. Foi também aprovado, com a mesma votação, um requerimento do PSD a solicitar o envio à comissão parlamentar de Defesa da documentação referente a este contrato.
Na nota, refere-se que António Costa apresentou ao Presidente da República a proposta de exoneração de Marco Capitão Ferreira, "que lhe foi transmitida pela ministra da Defesa Nacional [Helena Carreiras], a pedido do próprio".
Marco Capitão Ferreira desempenhava as funções de secretário de Estado da Defesa desde o início do atual Governo socialista de maioria absoluta.