Política

Marques Mendes: Costa deve explicar a ida ao futebol com Orbán e "José Luís Carneiro é claramente o melhor ministro"

No seu espaço de comentário semanal na SIC, Luís Marques Mendes disse que António Costa deveria explicar a sua ida ao futebol com Viktor Orbán, na Hungria: “Então o primeiro-ministro é tão duro com a extrema-direita cá dentro” e dá este sinal no exterior, questiona o conselheiro de Estado. Costa não pode ter dois pesos e duas medidas e deve dar explicações sobre este encontro, afirma o comentador

O comentador da SIC e conselheiro de Estado, Luís Marques Mendes, começou por fazer uma homenagem às vítimas de Pedrógão Grande e às suas famílias, e disse que a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, foi sincera no pedido de desculpas que dirigiu à população local pela ausência do Governo na inauguração do Memorial.

Sobre a sempre eventual e badalada remodelação, Marques Mendes, no comentário deste domingo na SIC, lembra que é pouco provável que se efetue, num momento em que quase “ninguém quer ir para o Governo”. O país correria o risco de a alegada remodelação se resumir “à desgastada ministra da Agricultura”, contestada por quase todos os sectores.

O comentador da SIC afirma que José Luís Carneiro [Administração Interna] é claramente “o melhor ministro”, e que o primeiro-ministro António Costa nunca iria remodelar [neste momento] nenhum ministro do seu “núcleo político”, ou seja, Duarte Cordeiro, Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes, Pedro Adão e Silva e Fernando Medina.

Luís Marques Mendes comentou o relatório da Fundação José Neves – esta semana divulgado – que aponta para uma queda real de 13% nos salários dos licenciados entre 2011 e 2022, optando por destacar a mensagem de esperança que ele contém: A digitalização ajuda a melhorar salários e a aumentar a produtividade das empresas em cerca de 20%.

Entusiasmado com as Jornadas Mundiais Juventude

Claramente entusiasmado com as JMJ, que classifica de “grande momento”, Mendes lembra que é fundamental que corram bem, tanto para a Igreja Católica, porque são um “evento católico”, como para o país, porque é “a imagem de Portugal que está em causa”. Importa que saia reforçada, sublinhou.

O comentador referiu, ainda, que está prevista a vinda de um milhão de peregrinos e participantes oriundos de 151 países, 696 bispos, sendo que o maior número destes representantes da hierarquia católica virão de Itália, Espanha, França, Portugal e Brasil.

As JMJ contam ainda com a participação de 29 mil voluntários, e estão já garantidas pela organização 480 mil pernoitas e mais de dois milhões de refeições.

Pedro Nuno e o totoloto da CPI

Paradoxo dos paradoxos, a CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da TAP “causou um enorme desgaste para o Governo”. E a “oposição não beneficiou muito com este desgaste”.

Marques lembra ainda “que, por incrível que pareça, Pedro Nuno Santos é o único que tira vantagem desta CPI. Venceu as expectativas. Em política, as expectativas contam, e, neste caso, as expectativas [eram] que Pedro Nuno Santos iria ser liquidado. Não foi”.

Mas também não foi capaz de convencer os “seus adversários nem provavelmente os portugueses. Mas convenceu os seus apoiantes e convenceu o PS. E isso é o que lhe interessa [porque] o seu objetivo é a liderança do PS”.

No meio disto muito continua por esclarecer, e Luís Montenegro não consegue aproveitar o contínuo desgaste do Governo para subir nas sondagens.

PSD precisa de causas

Mendes mantém o olhar de analista sobre o partido de onde vem: “Ao fim deste tempo todo, ainda ninguém consegue vislumbrar no PSD uma causa, uma proposta alternativa”.

O PSD deveria aproveitar as “próximas férias de Verão para refletir e suprir estas lacunas. Por uma razão simples: se o PSD não ganha as próximas eleições europeias [do próximo ano], fica fragilizado. Para o evitar, o PSD precisa de ter mais ambição”.

Dito de outra forma, Montenegro precisa de umas férias com Red Bull para ganhar asas.