Política

Costa assistiu à final da Liga Europa ao lado de Órban, Marcelo sabia da escala em Budapeste que não estava na agenda

Costa disse a Marcelo que queria dar um abraço a José Mourinho para “dar sorte” e viajou para a capital da Hungria num Falcon 50 da Força Aérea

Costa sentado ao lado de Órban, no Puskás Arena, durante a final da Liga Europa entre o Sevilha e a Roma

Apesar de a deslocação não ter sido incluída na agenda do primeiro-ministro para o dia 31 de maio, António Costa parou em Budapeste para assistir à final da Liga Europa, disputada no Puskás Arena, interrompendo a viagem a bordo de um Falcon 50 da Força Aérea que o transportava para Chisinau, capital da Moldávia, onde se realizava a II Cimeira da Comunidade Política Europeia,

A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo “Observador” e, de acordo com este jornal, Costa viu o jogo entre o Sevilha e a Roma na tribuna de honra, sentado ao lado de Viktor Órban, primeiro-ministro húngaro e líder do Fidesz, partido nacional-conservador.

Questionado pelo Observador sobre o motivo pelo qual a paragem em Budapeste não constava na agenda pública do primeiro-ministro, o gabinete de António Costa não respondeu.

Quem estava a par do ‘saltinho’ de Costa a Budapeste era Marcelo Rebelo de Sousa. “O primeiro-ministro ia para uma reunião internacional e entendeu que devia dar um abraço a José Mourinho [treinador da Roma]. Ele disse-me: ‘olhe, é um português que está envolvido, eu vou dar-lhe um abraço, pode ser que dê sorte’. E quase ia dando sorte”, disse o Presidente da República aos jornalistas, à margem de um evento no Seixal.

Para Luís Montenegro, presidente do PSD, é ainda prematuro pronunciar-se sobre este tema, sem antes reunir mais informações. Quem não perdeu tempo a criticar a deslocação do primeiro-ministro a Budapeste foi Miguel Poiares Maduro, antigo ministro do executivo de Passos Coelho.

“Imagino que esta amizade com Orbán serve para afinar a conspiração internacional de extrema direita contra o PS”, ironizou, acrescentando que “há algo ainda mais grave”: “num Estado sério, um PM usar um avião do Estado para um evento fora da sua agenda pública era o fim do percurso político desse PM”.

Mais à direita, Rui Paulo Sousa, vice-presidente do grupo parlamentar do Chega, usou o Twitter para “saudar” a ida de António Costa a Budapeste. “Compreendemos perfeitamente, e até saudamos, o encontro de António Costa, com Vicktor Orbán, que, apesar de ter ido 'às escondidas', afinal apenas seguiu as pisadas do nosso Líder André Ventura, ao visitar Viktor Orbán, que a par de André Ventura é um dos grandes líderes Europeus”, escreveu.