Marcelo disse que não ia falar da espuma dos dias e que o discurso que assinala o Dia de Portugal seria dedicado “aos interiores às vezes esquecidos” do país. E assim foi. O Presidente da República referiu-se às capacidades do Douro, “profundo, majestoso e monumental”, para fazer “um retrato do Portugal que queremos”. Mas, num momento em que a tensão política está nos píncaros, e com António Costa atrás a ouvir, é difícil ceder à tentação de ler nas palavras do Presidente da República algumas mensagens à maioria absoluta que tem, como o próprio Marcelo já disse, uma oportunidade única (com muito dinheiro europeu e um arranjo parlamentar que permite estabilidade) para lançar o país.
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É preciso “cortar ramos mortos que atingem a árvore toda”, alerta Marcelo e pede mais ambição e coesão
Presidente da República elogiou e reforçou autoestima do país e do interior, em particular. Mas ao discurso de 10 de Junho de Marcelo Rebelo de Sousa também não faltaram mensagens para ser lidas pela maioria absoluta. “Finanças certas”, por si só, não chegam, e é possível falhar e “começar de novo” — desde que se cortem os ramos que contaminam as árvores