É um país pouco crente em mudanças o que se vê ao espelho na primeira sondagem ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC, depois da crise ‘Galamba/SIS’. O trabalho de campo decorreu entre os dias 13 e 28 de maio, ou seja, começou nove dias depois do Presidente da República ter feito uma comunicação ao país a arrasar o Governo sem o derrubar, acusando-o de falta de “confiabilidade, respeitabilidade e autoridade”. E há uma conclusão que salta à vista. A maioria dos inquiridos acha que a legislatura vai chegar ao fim.
Eis o que nos diz esta sondagem: que António Costa “fez mal” em não ter aceitado a demissão do ministro das Infraestruturas; que Marcelo Rebelo de Sousa “fez bem” ao não usar ‘a bomba atómica’ e ao anunciar que vai estar mais atento e interveniente; que a relação entre o Presidente da República e o primeiro-ministro deverá “ficar na mesma”; e que o Governo durará até ao fim. As duas primeiras perguntas pedem uma avaliação do comportamento do Presidente e do chefe do Governo na gestão desta crise política e aqui Marcelo ganha. Enquanto nas duas últimas se questiona o impacto da crise na relação Belém/São Bento e na durabilidade da legislatura e aqui a maioria alinha pelos desejos de Costa: isto passa.