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Discurso de Cavaco anima PSD, mas Marcelo acha que menoriza Montenegro e cerra fileiras à esquerda

Em Belém, a análise é que o discurso de Cavaco menoriza a palavra de Montenegro e coloca-o sob a tutela do patrono. Na sede do PSD, pelo contrário, entende-se que o ex-Presidente cauciona não só a liderança do partido, mas também a estratégia e as propostas sociais-democratas. Mas tanto na Lapa como no Jardim do Império se concorda que a intervenção cavaquista, afasta, para já, Passos Coelho da solução para primeiro-ministro.

MIGUEL A. LOPES/LUSA

O discurso de Aníbal Cavaco Silva, este sábado, a fustigar António Costa e a insuflar Luís Montenegro, está a “animar as hostes" sociais-democratas, que no dia seguinte enviaram dezenas de mensagens a dirigentes do PSD, o que é sentido na direção como “um fôlego novo" para a liderança do partido. Em Belém, no entanto, a avaliação de Marcelo Rebelo de Sousa será mais cautelosa, apurou o Expresso.

A intervenção de Cavaco poderá ter dois efeitos que este não desejaria, na leitura de fonte próxima do Presidente da República: um efeito seria reforçar a união da esquerda anti-cavaquista em torno do PS, que tem uma reação epidérmica ao ex-líder do PSD; outro efeito é passar a ideia que Luís Montenegro é um líder que não se consegue impor sozinho, sem a tutela e o aval político da paternal figura laranja - que mantém a aprovação de uma faixa larga da direita sociológica.