Encurralado, António Costa esticou a corda ao máximo e fez all in. Depois da nega a Marcelo, Costa recebeu elogios, sobretudo de dentro do PS, mas esta quinta-feira, com o anúncio da comunicação do Presidente ao país, a ansiedade atingiu o pico. Com os ministros a regressar a Lisboa e Costa a caminho de Belém, havia mesmo quem temesse a demissão do Governo, com um convite a Costa para formar nova equipa. A corda não rebentou, mas a sensação de a legislatura não ir até ao fim é agora maior do que nunca. Uma coisa é assumida: não há plano B, o Governo ficou sem trunfos. Resta a Costa governar, e “governar bem”, como Marcelo sempre pediu.
O “risco” de o Governo estar a prazo é assumido no Executivo. Tudo foi ponderado no momento de dizer ‘não’ a Marcelo num caso tão “deplorável” como o que aconteceu no Ministério das Infraestruturas, e esse risco foi um dos fatores que “mais pesou” na longa ponderação (o “dilema”, como lhe chamou) de António Costa (ver pág. 10). Depois de ter segurado o “instável” e “intempestivo” João Galamba, o primeiro-ministro pôs-se no fio da navalha. “À próxima asneira...” não há desculpas, vai-se assumindo em São Bento.
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