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25 de Abril: Santos Silva justificou “fúria”, mas rejeita pedir desculpas

Cerimónia tensa e discussão em privado no 25 de Abril levou presidente do Parlamento a ser alvo de críticas da IL e do Chega. Líderes parlamentares discutem regras de comportamento no dia 10

Santos Silva repreendeu o Chega que se manifestou com cartazes e pateadas na sessão com o Presidente brasileiro

Na sua primeira intervenção enquanto presidente do Parlamento, Augusto Santos Silva foi inequívoco: “O discurso sem lugar aqui será o discurso de ódio, que insulta o outro que é diferente e que discrimina. A liberdade e igualdade custaram demasiado para regredir para novos tempos de batalha.” Era um pré-aviso ao Chega. Se na anterior legislatura, André Ventura, então deputado único, e Ferro Rodrigues tiveram uma relação tensa, o novo presidente da Assembleia da República (AR) quis assinalar desde logo as “linhas vermelhas” quando o partido conquistou 12 deputados. E prometeu uma atuação “imparcial” e “contida”. Foram precisos, contudo, 393 dias para passar dos avisos à ação.

O protesto na sessão de boas-vindas a Lula da Silva foi a gota de água, levando o presidente da AR a decidir excluir esta semana os deputados do partido das suas visitas oficiais ao estrangeiro. Mas também foi alvo de polémica com a Iniciativa Liberal (IL) após ter sido divulgado pelo “Observador” um vídeo em que critica em privado a presença de apenas um deputado no plenário com o Presidente brasileiro, acusando o partido de “falta de maturidade política”. Além de justificar a sua “fúria” com o Chega perante o Presidente da República e o primeiro-ministro.