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Marcelo pede valorização de carreiras militares e critica cálculo dos gastos reportados à NATO

O Presidente da República apelou a despesas em Defesa na ordem dos 2% e sublinhou que "importa avaliar a forma de cálculo" dessas verbas (que incluem a GNR e as “rendas”). Pediu consenso na aprovação do Conceito Estratégico e apelou à ministra para não se ficar apenas pela recuperação da operacionalidade dos meios. É preciso mais. No mesmo seminário do GREI Augusto Santos Silva pediu aos militares para tratarem da disciplina nos locais próprios.

MANUEL DE ALMEIDA

Marcelo Rebelo de Sousa quer um “consenso político alargado” na aprovação do novo Conceito Estratégico de Defesa Nacional (CEDN) - de onde emanam todos os documentos estruturantes da Defesa - e cujas grandes opções o Governo se prepara para entregar ao Parlamento. E insiste na valorização das carreiras militares, retomando o apelo feito no 25 de Abril do ano passado.

O Presidente da República fez um discurso cheio de recados para o Governo e para a ministra da Defesa, esta terça-feira, na sessão de encerramento do seminário “Desafios para a Segurança e Defesa Nacional”, organizado pelo Grupo de Reflexão Estratégica (GREI), no Centro Cultural de Belém. O comandante supremo das Forças Armadas fechou a conferência que tinha sido aberta por Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, que apelou à “discrição” nos casos de disciplina e coesão, o que pode ser lido como uma crítica velada ao almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, mas também aos militares amotinados do navio “Mondego” e às associações militares: "Há problemas que existem e que nós não discutimos em público, que discutimos nos locais próprios, das formas próprias", disse o ex-ministro da Defesa.