Faro é o distrito escolhido pelo Governo para o Conselho de Ministros desta quinta-feira. Mas os ministros chegaram de véspera e esta quarta-feira já andaram no terreno em visitas e inaugurações. Incluindo o primeiro-ministro que esteve na erimónia de lançamento da 1ª. pedra da construção de 49 fogos no bairro de Montenegro. Uma obra no âmbito do programa 1.º direito, apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Ao lado de António Costa esteve o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau(PSD), que, em entrevista ao Expresso, critica o Governo precisamente na política de habitação.
O Conselho de Ministros realiza-se, esta quinta-feira, em Faro. Como interpreta esta política de realizar os conselhos de ministros fora de Lisboa?
É uma excelente medida. É uma oportunidade que todos os ministros têm para conhecerem a realidade das regiões, as diferenças entre os diversos distritos. É um pouco fazerem aquilo que os presidentes das câmaras fazem, quando percorrem o município de lés a lés. Saúdo esta medida.
No Conselho de Ministros de há duas semanas, o Governo aprovou um pacote de medidas de apoio à habitação. Um problema que também afeta Faro, que a par de Lisboa e Porto, é dos concelhos com rendas e casas mais caras. São medidas positivas?
Na generalidade acho que não. O que precisamos são novas construções. Temos de incentivar os privados a construirem. Só o público, não é suficiente. Esta semana vamos iniciar a construção de 49 fogos a custo controlado e temos mais 29 a concurso. Vamos fazer dois outros loteamentos, com 124 fogos de habitação social e 74 a custos controlados. Ajuda, é algo que deve ser feito, mas não resolve o problema da habitação. Devemos incentivar os privados. Em Faro, agora, contrói-se menos do que há uns anos. Temos poucos planos de urbanização, é preciso aumentar as áreas urbanas. Se houver mais terrenos para construção, os preços baixam. Também penso que a obrigatoriedade de colocar imóveis para arrendar entra muito na discricionariedade das pessoas. Pessoas que apostaram num imóvel como investimento… Não me parecem medidas adequadas. Concordo, sim, com os apoios para as famílias carenciadas