A diferença, no futuro, não será entre marinheiros de água doce e velhos lobos do mar. Com a robotização da Armada, a diferença será entre as “unidades de carbono” que operam “lado a lado com os marinheiros de silício”, como disse o capitão de-fragata João Piedade esta terça-feira, numa apresentação sobre os projetos da Marinha financiados pelo PRR, que decorreu no Arsenal do Alfeite. Entre os projetos, destaca-se o navio multifunções - mais conhecido como ‘porta-drones’ - e que teria um custo de cerca de €110 milhões de fundos europeus, estimado inicialmente, mas que poderá derrapar 30% para os €144 milhões por causa da inflação.
João Piedade, chefe da Divisão de Inovação e Transformação da Armada, acrescentava que, naquele navio, vai dar-se “mais relevância ao silício do que ao carbono”. Unidades de carbono, ou seja, militares, seres humanos. Unidades de silício, quer dizer robôs, drones, computadores, inteligência artificial. Um navio com mais preponderância de máquinas e processadores que de pessoas.