O primeiro-ministro demorou sete anos a despertar para os problemas da habitação, o PSD demorou sete meses. O Governo fará um Conselho de Ministros extraordinário dedicado ao tema na quinta-feira, os sociais-democratas anteciparam-se em dois dias. Foi com esta marcação cerrada que o presidente do PSD, Luís Montenegro, encerrou esta terça-feira o colóquio “O Novo Caminho para a Habitação”, em Lisboa. “O Governo falhou em todos os objetivos a que se propôs na habitação”, atirou Luís Montenegro, que, em meia hora, falou de um “documento de trabalho” do seu partido, com cerca de 40 medidas, sem, contudo, se deter em nenhuma delas. Mas o que acabou por dominar foi a imigração, com Montenegro a garantir que os avisos feitos pouco antes pelo Presidente da República não eram para si.
Exclusivo
Montenegro diz que recados de Marcelo não são para si e transforma colóquio sobre habitação em clarificação sobre imigração
“Não ouvi as declarações do Presidente da República, mas posso ter a certeza absoluta de que não se dirigiam a mim”, atirou o líder do PSD, que voltou a rejeitar qualquer aproximação ao Chega. Sobre a razão de ser do colóquio, destacou a antecipação do seu partido face ao Governo e mostrou-se disponível para conversar – mas “sem complexos ideológicos”