O altar-palco do Parque Tejo, onde vai decorrer o encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vai ter quase metade da altura e da capacidade em relação ao que esteve previsto. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que também anunciou que o altar do Parque Eduardo VII, em Lisboa, vai custar cerca de 450 mil euros que vão ser suportados pela Fundação JMJ.
O essencial desta informação já tinha, contudo, sido avançada pelo Presidente da República, que está de visita a Celorico de Basto.
No Parque Tejo haverá “uma redução substancial da altura do palco de 9 para 4 metros”, anunciou Moedas, avançando também que, em vez das 2 mil pessoas que estava pensado lá sentar, o altar-palco terá lugar para cerca de 1240 pessoas. Ou seja, há 770 pessoas que se vão sentar noutros locais.
“Vamos perder alguma visibilidade, mas vamos compensar isso”, disse Moedas sobre a diminuição da altura do palco, que é a principal razão da redução dos custos. O desenho fica essencialmente igual, a diferença está na altura (imagem abaixo).
A área de implantação será, assim, reduzida dos 5 mil metros quadrados que estavam previstos para 3250 metros quadrados, o que permite reduzir as estruturas e o custo de 4,2 milhões de euros para 2,9. O autarca de Lisboa agradeceu ao empreiteiro - a Mota-Engil - a abertura para estas alterações. “Não houve qualquer tipo de pagamento ou indemnização por estarmos a mudar o projeto”, garantiu o presidente da CML.
Esta alteração não terá implicações no contrato para as fundações do altar-palco, que acresciam 1 milhão aos 4,2 do contrato com a Mota-Engil. Moedas e o seu vice, Anacoreta Correia, explicaram que as fundações estão relacionadas mais com o tipo de terreno (pantanoso), pelo que por questões de segurança são mantidas como previsto.
“Temos uma redução de custos para o erário público de 1,7 milhões de euros”, garantiu Moedas, afirmando que a revisão do investimento permite manter “a dignidade e a segurança de que o evento necessita e merece”.
“Dias de inferno”
“Estes 15 dias foram infernais”, disse o presidente da Fundação JMJ, o bispo Américo Aguiar, para se referir às últimas duas semanas, com reuniões várias com a CML e com a Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) que permitiram chegar às soluções anunciadas esta sexta-feira. Mas também “pelo escrutínio que foi feito" e que acredita "será feito até ao fim” da JMJ.
Com um tom que tentou ser conciliador, Américo Aguiar disse que não tem queixas de ninguém e agradeceu a todos os envolvidos no projeto global da JMJ: CML, Mota-Engil., Câmara de Loures, SRU e Governo. Explicou que o caderno de encargos inicial para o altar-palco não era um conjunto de exigências, mas sim um início de conversa.
Quanto ao altar que virá a ser colocado no Parque Eduardo VII, no centro de Lisboa, tanto Moedas como Américo Aguiar vincaram a importância do local e a “riqueza que é para a cidade ter um milhão de jovens nos cafés, nos museus…”, como disse o bispo. Esse altar, que chegou a ter um projeto com custo previsto de 1,5 a 2 milhões de euros, passa a ter um custo previsto de 450 mil euros, pago pela Fundação JMJ, através de donativos e também das receitas das inscrições dos peregrinos.
Moedas justificou a alteração de responsabilidade por naquele local decorrer “uma parte muito religiosa do evento, com liturgia muito própria”, como será a via-sacra. “Todos sabemos as nossas funções e temos aqui investimentos de todos”, acrescentou o autarca, que continua a defender os custos como um “investimento” na cidade. “Tudo isto tem um retorno económico não tenhamos dúvidas sobre isso”, garantiu.
Mais de 3 milhões para Parque Eduardo VII
Apesar da redução de custos com o altar, toda a estrutura ligada ao Parque Eduardo XVII vai, ainda assim, ultrapassar os 3 milhões de euros: 430 mil para instalações sanitárias, 1,8 milhões para écrans, som e estruturas, 300 mil para infraestruturas e equipamentos, 360 mil para luz e som de palco, 250 mil para produção e vigilância dos equipamentos.
“Os lisboetas querem mostar com orgulho a cidade e mostrar a nossa capacidade de bem receber”, disse o autarca defendendo que aquele espaço será como que a sala de visitas da cidade para receber o Papa que é também um chefe de Estado.
O bispo auxiliar de Lisboa aproveitou ainda a ocasião para prometer que, se a Fundação a que preside tiver lucro com a JMJ, esse superavit será dado às outras entidades públicas para projetos relacionados com a juventude.