A ministra da Defesa, Helena Carreiras, chegou a ter um almoço de Natal agendado com os quatro chefes de Estado-Maior, que acabou por ser cancelado. Fontes dos meios políticos e militares atribuem o cancelamento ao mal-estar gerado pela notícia do “DN”, no dia 22 de dezembro, a dar conta do risco de “colapso" do Hospital das Forças Armadas por o Governo não ter renovado mais de 200 contratos com pessoal. Mas há outras razões para agravar o incómodo: a revisão Lei de Programação Militar (LPM), que define as compras de armamento, já devia estar em vigor, assim como a revisão da Lei das Infraestruturas Militares (LIM), mas ainda nem chegaram ao Parlamento. Há, porém, mais atrasos na Defesa, que estão a deixar os militares inquietos com a capacidade política de Helena Carreiras.
O Expresso questionou os gabinetes dos chefes dos ramos sobre a razão do cancelamento do almoço — uma atitude com peso e significado no meio militar —, mas não obteve resposta. O gabinete da ministra não comenta: “A ministra da Defesa Nacional não divulga nem comenta o teor das conversas que mantém com os chefes militares. Quanto à sua agenda pública, é aquela que é divulgada por este gabinete.”