A Iniciativa Liberal (IL) apresentou esta sexta-feira um requerimento no Parlamento a pedir uma “audição urgente” da ministra da Agricultura, na sequência da nomeação e demissão da secretária de Estado Carla Alves.
Os liberais consideram que a ministra deve esclarecimentos depois da demissão da secretária de Estado da Agricultura, cerca de 24 horas após tomar posse. “Face a este cenário, é fundamental que a senhora ministra da Agricultura venha ao Parlamento esclarecer integralmente qual a informação de que realmente dispunha”, pode ler-se no requerimento dirigido ao deputado socialista Pedro do Carmo, presidente da Comissão de Agricultura e Pescas.
Lembrando que o primeiro-ministro saiu em defesa de Clara Alves durante o debate da moção de censura, dando-lhe “cobertura”, e que o ministério assegurou que não havia “nenhuma questão” que colocasse em causa a nomeação da nova secretária de Estado, a IL aponta para a notícia do “Público” de hoje que dá conta de que Maria do Céu Antunes tinha conhecimento das “condições pessoais” de Carla Alves quando foi nomeada.
Notícia que foi, entretanto, desmentida pela tutela: “O Ministério da Agricultura e da Alimentação informa que a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, não tinha conhecimento de qualquer envolvimento de Carla Alves em processos judiciais”, afirmou o ministério de Maria do Céu Antunes, em comunicado.
“A ser verdade que a ministra conhecia todos os factos que levaram o próprio Presidente da República a pronunciar-se no sentido da insustentabilidade da situação, então teremos de concluir que não teve a capacidade de avaliação necessária para perceber que estávamos perante um problema político insanável, circunstância que condiciona de forma irreversível a sua própria posição no Governo”, acrescenta.
Foi na quinta-feira que Carla Alves se demitiu pouco depois do debate no Parlamento, alegando não reunir as condições pessoais e políticas para a função de secretária de Estado, com contas arrestadas com o marido. Antes, o Presidente da República admitira que a então governante tinha “limitações políticas” e estava em causa um “peso político negativo”.