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Política

Há um jovem que fala diretamente com António Costa - e diz que os "jovens estão revoltados". O que ele lhe pede em 4 pontos

Miguel Costa Matos, que voltou a ser eleito líder da Juventude Socialista este mês, entrou para o Parlamento com 25 anos, em 2019. Hoje já não é o deputado mais novo, mas é um dos jovens mais próximos de António Costa. Garante que a JS “não serve só para distribuir folhetos”, reconhece que os jovens estão cansados das “quatro crises” que já viveram, que os pode levar a um “voto de protesto”. E leva "propostas” ao primeiro-ministro. Mas, afinal, quais são? E como faz para convencer Costa?

HUGO DELGADO

Sem antecedentes familiares na política, Miguel Costa Matos não precisou de muito tempo para perceber que o seu futuro passava pelas bancadas parlamentares. “Inscrevi-me na JS quando fiz 14 anos, em 2008”. Dois anos mais tarde foi eleito representante dos estudantes socialistas, o que lhe permitiu “ganhar reconhecimento” dentro da JS.

Depois de uma passagem por Inglaterra, regressou a Portugal para terminar os estudos superiores na NOVA SBE, porque “queria contribuir” para o país. E fê-lo por dentro: em 2016 fez um estágio no Ministério da Economia, passou pelo Ministério das Finanças e foi convidado pelo primeiro-ministro para integrar o seu gabinete. A passagem para a Assembleia aconteceu em 2019, altura em que entrou como o mais jovem deputado. “Estes três anos de experiência parlamentar têm sido uma viagem. É uma experiência que me tem deixado fazer a diferença na minha geração”, dizia ao Expresso Miguel Costa Matos, na semana seguinte a ser reeleito líder da JS, durante o XXIII Congresso da JS, em Braga.

Hoje, Costa Matos já não detém o título de deputado mais novo da AR – perde-o para Rita Matias, do Chega, com 24 anos – mas mantém-se como um dos jovens mais influentes e próximos do primeiro-ministro. Apelidando Costa de “cabeça jovem” e “disponível para ouvir”, Costa Matos garante que existe “abertura” do partido para as propostas da JS. Provas? Miguel fala da mensagem de Ano Novo do primeiro-ministro, dedicada aos jovens, onde destaca a “confiança no futuro" e a necessidade de “garantir” que os jovens (o “maior ativo que um país pode ter”) escolhem Portugal para trabalhar.

Em quatro perguntas e respostas, dizemos-lhe mais sobre a relação entre a JS e o Governo, as propostas prioritárias dos jovens socialistas e a perspetiva de as ver aprovadas.