Marcelo Rebelo de Sousa pôs-se ao lado de António Costa na guerra mediática que esta semana opôs o primeiro-ministro e o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa. Mas foi mais além e não deixou de reconhecer que os interesses diplomáticos Portugal-Angola estiveram presentes na gestão da crise bancária, nomeadamente no caso BPI, que ele próprio se viu forçado a partilhar com o PM antes até de chegar a Belém.
O Presidente assumiu-o publicamente na quarta-feira, um dia após o lançamento do livro “O Governador”, que acompanhou em silêncio e sobre o qual só quis abordar o caso que passou pela saída de Isabel dos Santos do BPI. Do Banif, que Marques Mendes defendeu na apresentação do livro merecer investigação criminal, por favorecimento ao Santander, não quis falar. Ficou-se por um “aguardo para ver”. Mas sobre o caso BPI, que levou Carlos Costa a denunciar um telefonema que terá recebido do PM em 2016 dizendo-lhe que não se podia “tratar mal a filha do PR de um país amigo”, Marcelo assumiu ter sido “tentado um acordo”, que passava por manter Isabel dos Santos na gestão do BIC.