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Política

Não é só o de D. Pedro IV: “Há muitos corações reais espalhados pelo país”

Muitos monarcas foram sepultados sem coração. Há relíquias reais por todo o país, mas as da Rainha Santa são as únicas regularmente expostas

Exposição do coração de D. Pedro IV, no Porto, antes de partir para o Brasil
RUI DUARTE SILVA

Joana Santos, diretora do Museu do Patriarcado de Lisboa, não tem dúvidas. “Até ao século XIX, era uma prática comum os reis deixarem o coração em espaços sagrados nas cidades importantes das suas vidas.” O caso de D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil não é raro para os historiadores e, muito menos, exemplar único. “Há uma ideia romântica por detrás de tudo isto”, a que se segue um estranho fascínio pelas relíquias reais que suscita um entusiasmo inusitado junto do público em geral, como se viu no fim de semana passado quando milhares de pessoas acorreram à Igreja da Lapa, no Porto, para ver o coração de D. Pedro antes de partir para o Brasil. “Organizamos visitas guiadas sobre enterramentos e são, sem dúvida, aquelas que atraem mais gente ao museu”, diz a responsável pelo Mosteiro de São Vicente de Fora, que inclui um panteão dos Patriarcas e outro de alguns dos monarcas portugueses.