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Política

A Saúde é um problema "infinito": Marta Temido em queda no PS (e em Belém)

Ora popular, ora criticada, a ministra da Saúde não tem sido defendida publicamente pelo primeiro-ministro e tem sido criticada pela oposição e questionada pelo Presidente

O Presidente da República tem muitas dúvidas sobre as medidas de Temido para o SNS
MÁRIO CRUZ/LUSA

A Saúde é um “problema infinito”, desabafa-se no Governo. É das áreas de governação mais difíceis em qualquer Executivo. E nenhum outro nos últimos 100 anos teve dois anos de pandemia para lidar. Marta Temido, a atual ministra da Saú­de, viveu dois anos debaixo de críticas, mas também alcançou níveis de popularidade que nenhum outro titular daquela pasta teve. Contudo, agora é preciso passar para uma nova fase e, tanto em Belém como entre socialistas, vai crescendo a insatisfação para a falta de resolução dos problemas estruturais.

António Costa segurou Marta Temido quando esta esteve debaixo de críticas durante a pandemia, chegando a ministra a ser a estrela do congresso do PS no verão passado. Não se mudam generais a meio de uma guerra, era o lema que dava para a diretoria-geral de Saúde, mas também para a ministra que atingiu níveis recorde de popularidade. Um ano depois, Temido passou a ser uma estrela menos brilhante. Com a pandemia a dar tréguas e a ficarem a descoberto muitos dos problemas não resolvidos do SNS, há quem note no PS a mudança de atitude do primeiro-ministro para com a sua ministra. Há mesmo quem veja sinais que já viu em situações semelhantes de ministros que acabaram por sair: “Parece que a está a deixar cair”, diz um socialista que já passou pelo Governo e que nota que o chefe de Governo vai “ignorando” os ministros que quer trocar, mais cedo ou mais tarde.