Enquanto em Portugal, António Costa marcava uma reunião com os partidos políticos sobre o pedido de adesão à União Europeia da Ucrânia numa estratégia de gestão de danos, em Kiev, Emmanuel Macron garantia que a França, a Alemanha, a Roménia e a Itália apoiavam sem reservas a candidatura, deixando Portugal mais sozinho. A Comissão Europeia apresenta esta sexta-feira o relatório sobre o pedido de adesão da Ucrânia à UE e os 27 líderes decidem na próxima semana se aprovam ou não o estatuto de candidato para a Ucrânia. Tem de haver unanimidade, que pode estar agora mais próxima.
O primeiro-ministro tem sido dos mais céticos em relação à aprovação imediata do estatuto de candidato, assumindo publicamente o que pensavam também outros países, incluindo a Dinamarca, Bélgica, Holanda e a própria França e Alemanha, e viu esta quinta-feira essa sua posição enfraquecer com as declarações em Kiev de Emmanuel Macron e Olaf Scholz. Os dois líderes anunciaram a sua posição oficial de apoio à atribuição imediata à Ucrânia do estatuto de candidata à União Europeia, ficando por definir se o farão sem que haja condições impostas aos ucranianos como pedem os bálticos e a Polónia, mas tudo dependerá do que disser o relatório da Comissão Europeia. Costa, dois dias antes, não tinha ido tão longe, antes pelo contrário, tinha levantado várias reservas à utilidade da aprovação do estatuto.