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Política

Luís Montenegro: "Não tenho medo de ninguém no PSD"

Vai criar o Movimento Acreditar e quer começar já a preparar as autárquicas de 2025 e o programa eleitoral para 2026. Em entrevista ao Expresso, Luís Montenegro diz que quer "ir buscar todos os votos do Chega", não rejeitando contudo um eventual acordo com aquele partido para "não fazer o frete ao PS". E explica o seu índice de felicidade bruta

ANTONIO P FERREIRA

É a terceira tentativa de tomar o poder no PSD. Deputado por 16 anos, líder parlamentar durante seis, Luís Montenegro admite mudar a direção da bancada se não houver condições de articulação com a atual. E não exclui um acordo com o Chega se for preciso para o PSD governar.

Nos últimos dias defendeu a criação de uma comissão de inquérito ao caso de Setúbal. Faz sentido expor os serviços de informações, que trabalham sob sigilo, e deixar arrastar o caso numa comissão de inquérito que irá sempre demorar bastante tempo? O que quer exatamente com isso?

Não é necessariamente verdade que as comissões de inquérito tenham de durar muito tempo. É possível fixar prazos de funcionamento curtos. E não é a primeira nem a ultima vez que num âmbito de uma comissão de inquérito há matéria privada sujeita a segredo. A maioria absoluta está já a usar o seu rolo compressor para impedir a AR de cumprir o seu papel fiscalizador

E quem é que acha que está a proteger com isso? O Governo?

Isso é o que uma investigação profunda deve apurar. Aparentemente há uma violação gravíssima de direitos de cidadãos refugiados e das suas famílias. O órgão máximo de fiscalização política não pode ficar coartado e o PS ao inviabilizar audições está a bloquear a verdade.

Falou com líder parlamentar do PSD antes de avançar com essa proposta?

Não falei porque não tenciono interferir minimamente nos órgãos do PSD. O que quero é mostrar ao país com o que é que pode contar comigo como líder da oposição.

É este tipo de oposição que quer fazer?