É a terceira tentativa de tomar o poder no PSD. Deputado por 16 anos, líder parlamentar durante seis, Luís Montenegro admite mudar a direção da bancada se não houver condições de articulação com a atual. E não exclui um acordo com o Chega se for preciso para o PSD governar.
Nos últimos dias defendeu a criação de uma comissão de inquérito ao caso de Setúbal. Faz sentido expor os serviços de informações, que trabalham sob sigilo, e deixar arrastar o caso numa comissão de inquérito que irá sempre demorar bastante tempo? O que quer exatamente com isso?
Não é necessariamente verdade que as comissões de inquérito tenham de durar muito tempo. É possível fixar prazos de funcionamento curtos. E não é a primeira nem a ultima vez que num âmbito de uma comissão de inquérito há matéria privada sujeita a segredo. A maioria absoluta está já a usar o seu rolo compressor para impedir a AR de cumprir o seu papel fiscalizador
E quem é que acha que está a proteger com isso? O Governo?
Isso é o que uma investigação profunda deve apurar. Aparentemente há uma violação gravíssima de direitos de cidadãos refugiados e das suas famílias. O órgão máximo de fiscalização política não pode ficar coartado e o PS ao inviabilizar audições está a bloquear a verdade.
Falou com líder parlamentar do PSD antes de avançar com essa proposta?
Não falei porque não tenciono interferir minimamente nos órgãos do PSD. O que quero é mostrar ao país com o que é que pode contar comigo como líder da oposição.
É este tipo de oposição que quer fazer?