Exclusivo

Política

“Precedente muito perigoso”: magistrados, juízes e advogados lamentam aproveitamento por Rui Rio do caso Rendeiro

O presidente do PSD escreveu que “o azar” do antigo banqueiro foram as eleições de 30 de janeiro, atacando de caminho “o dom da ubiquidade” do diretor nacional da PJ. “A justiça não tem ‘timings’ nem oportunidades políticas”, atalha o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. O bastonário da Ordem dos Advogados mostra-se preocupado quer com a “mediatização excessiva” do caso, quer com a sua “politização”

LUÍS MIGUEL FONSECA/LUSA

A detenção de João Rendeiro entrou de rompante na pré-campanha das eleições legislativas pela mão de Rui Rio. “Pelos vistos, o azar de João Rendeiro foi haver eleições em janeiro”, escreveu o presidente do PSD este domingo no Twitter, referindo-se à detenção do antigo banqueiro na África do Sul e às declarações do diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) sobre o assunto. “O diretor da PJ deu uma conferência de imprensa de manhã. Depois esteve na RTP às 13h, na CMTV às 17h, na CNN às 19h e, exibindo o seu dom da ubiquidade, conseguiu estar às 20h, ao mesmo tempo, na SIC e na TVI”, escreveu ainda.

Os presidentes do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) e da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) e o bastonário da Ordem dos Advogados (OA), ouvidos pelo Expresso, lamentam a politização e até a partidarização de um caso judicial.