O primeiro-ministro felicitou o papel da Polícia Judiciária (PJ) “pelo trabalho desenvolvido” na operação de detenção de João Rendeiro, este sábado, na África do Sul. “Acho que é um sinal de que podemos confiar nas instituições e temos que as deixar funcionar agora naturalmente”, afirmou António Costa, em declarações aos jornalistas, à saída do congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
“A justiça é uma instituição fundamental para o Estado de Direito e para a nossa vida democrática. É a garantia do cumprimento da lei e de que ninguém está acima da lei”, acrescentou, defendendo a necessidade de “respeitar a independência da justiça e deixá-la decorrer com a sua normalidade”.
Questionado pelos jornalistas sobre o processo de extradição, António Costa disse apenas que “toda a gente deseja que seja rápido”, lembrando, porém, que estes processos “têm a sua tramitação” e que “se deve respeitar” o tempo das instituições sul-africanas e a sua legislação.
“O que competia ao Estado português fazer foi feito para garantir a execução das decisões judiciais. Agora temos de respeitar e aguardar que as instituições judiciárias da África do Sul façam o seu trabalho”, afirmou.
O ex-presidente do BPP foi detido por volta das 7h deste sábado pelas autoridades sul-africanas, a pedido da polícia portuguesa, numa operação relâmpago que o apanhou de surpresa quando estava hospedado no Forest Manor Boutique Guesthouse, um hotel de cinco estrelas nas imediações da cidade de Durban.
A PJ, que não esteve no terreno, acompanhou à distância a operação, que estava a ser concertada desde o final de novembro entre as autoridades dos dois países.
Segundo revelou esta manhã em conferência de imprensa o diretor nacional da PJ, Luís Neves, o ex-banqueiro entrou na África do Sul a 18 de setembro, quatro dias depois de sair do Reino Unido, para onde tinha viajado de férias, com conhecimento e autorização da justiça portuguesa.