Três dias depois das eleições autárquicas, André Ventura foi claro na rejeição de qualquer acordo do Chega em câmaras socialistas ou comunistas. O presidente do partido admitia, no final de setembro, que em “casos de ingovernabilidade absoluta” o Chega poderia participar nalgumas decisões, com uma ressalva importante: qualquer “entendimento pontual” seria avaliado caso a caso. E apontou a porta de saída em caso de incumprimento: “Darei pessoalmente instruções a todos os deputados municipais do Chega para que não viabilizem qualquer executivo, mesmo que este seja participado por um vereador, à revelia da direção nacional do partido e das suas diretrizes nacionais. Seremos implacáveis a nível disciplinar.” Mais de dois meses depois, o orçamento municipal no Entroncamento foi aprovado pelo vereador eleito do Chega e o de Sintra poderá estar em vias de o ser.
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Vereadores do Chega deixam passar orçamentos socialistas
Apesar da ameaça de expulsão que André Ventura fez aos autarcas eleitos que decidissem “à revelia da direção nacional do partido”, o orçamento municipal do Entroncamento para o próximo ano passou com o voto favorável do vereador do Chega. Em Sintra, outra autarquia socialista (e, no caso, com a governação assegurada pelo apoio de um vereador comunista), as negociações estão bem encaminhadas para o orçamento também acomodar o voto favorável do partido de Ventura. Em nenhum dos casos houve “instruções” da cúpula sobre o sentido de voto que os vereadores deveriam adotar, garantem