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Política

Listas e linhas vermelhas partem o BE: “Que não soçobre ao ‘acordismo’”

BE vota programa com avisos internos. Listas opositoras podem ficar fora da AR

Bloco reúne-se este fim de semana para votar programa eleitoral e listas de candidatos a deputados
José Fernandes

Um Bloco de Esquerda próximo do centro, colado à necessidade de um acordo com o PS, que, por sua vez, lhe tira sempre o tapete. Um BE que, depois do sucesso dos primeiros anos de ‘geringonça’, se deixou acomodar nos corredores do Parlamento. É assim que os críticos da atual direção olham hoje para o partido.

Nas palavras do histórico Mário Tomé, ex-deputado único pela UDP (um dos partidos na origem do BE), é preciso que o partido “não soçobre ao ‘acordismo’, ao centralismo, à burocracia” e que volte às bases. “Uma orientação que coloca no centro tático a possibilidade de um acordo com o PS não funciona e tem conduzido a perdas eleitorais” [ver infografia], acrescenta Pedro Soares, ex-deputado na legislatura da ‘geringonça’ que, entretanto, se tornou crítico da linha da direção. António Soares Luz, dirigente da distrital do Porto, recorre à metáfora, comparando o partido a “uma pessoa rejeitada que está sempre a pedir namoro”.