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Conselho de Estado. Só Louçã e Domingos Abrantes foram contra a dissolução da AR, Cavaco defendeu eleições no fim de fevereiro

Conselho de Estado deu parecer maioritariamente favorável à dissolução da Assembleia da República. Cavaco Silva defendeu que eleições antecipadas devem ser no final de fevereiro. António Costa não se pronunciou sobre prazos eleitorais. Marcelo agradeceu as sugestões, mas disse que vai refletir

NUNO FOX

Marcelo Rebelo de Sousa conseguiu o que queria - um parecer maioritariamente favorável do Conselho de Estado à dissolução da Assembleia da República, tendo apenas dois conselheiros, Francisco Louçã e Domingos Abrantes, contestado o uso da 'bomba atómica' - mas não conseguiu evitar que o tema da data das eleições antecipadas (que quis afastar da agenda) saltasse para a mesa.

Rui Rio insistiu que as eleições devem ser rápidas, alegando o interesse nacional. E o segundo conselheiro que saiu em defesa de pressa nos prazos eleitorais foi o comunista Domingos Abrantes. Carlos César, presidente do PS, concordou que não se deve perder tempo, embora, relataram ao Expresso, sem carregar excessivamente na questão. E a surpresa foi Cavaco Silva, que não só defendeu que as eleições antecipadas exigem tempo, como defendeu que só devem ocorrer em finais de fevereiro.

O ex-Presidente da República alinhou, assim, com os argumentos de Paulo Rangel, o candidato à liderança do PSD contra Rui Rio, e chegou mesmo a dar o exemplo do que se passou consigo quando era primeiro-ministro em 1985 e o Parlamento foi dissolvido, para mostrar que os prazos não têm que ser limitados.