Política

Nuno Melo quer impugnar deliberações do Conselho Nacional do CDS: Nunca o partido “bateu tão fundo”

“O jogo está viciado desde o primeiro dia”, acusou esta tarde o eurodeputado, para quem a aprovação do adiamento do congresso eletivo do partido para depois das eleições legislativas é um sinal de “subserviência ao presidente do partido”. “Neste momento o que tenho pela frente é uma luta pela decência e pela legalidade” do CDS, afirmou

JOSÉ SENA GOULÃO

“Nunca o CDS bateu tão fundo”, acusou este sábado à tarde Nuno Melo, ao anunciar que vai remeter para o Conselho de Jurisdição do partido uma impugnação para que, “em coerência, todas as deliberações ontem tomadas pelo Conselho Nacional sejam nulas”.

Depois de o Conselho Nacional do CDS-PP ter, na madrugada de sábado, aprovado o adiamento do congresso eletivo do partido para depois das eleições legislativas, uma decisão já criticada pelo candidato à liderança do partido, Nuno Melo voltou a falar em “simulacro de deliberação”, acusando o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos de “preferir fugir à democracia”.

“Um líder que tem medo do voto dos militantes recorre ao que seja para se manter no poder”, declarou Nuno Melo, para quem “o jogo está viciado desde o primeiro dia”.

“Ontem assistiu-se ao último ato”, acusou, insistindo estar em causa uma decisão que reflete “subserviência ao presidente do partido” e representa “uma violação do poder e o achincalhamento” do Conselho de Jurisdição do CDS (que deu razão a Nuno Melo quanto à impugnação que pedira para travar a reunião do Conselho Nacional).

“Neste momento, o que tenho pela frente é uma luta pela decência e pela legalidade”, afirmou o eurodeputado na conferência de imprensa realizada este sábado. “Não abandono”, garantiu, criticando a atual linha seguida pelo partido, uma “direção que quer o partido a caminhar debaixo da asa do PSD, aceitando uma esmola de quatro ou cinco deputados — um dos quais o presidente do partido, que talvez concretize o seu sonho de vida”.

Contra “um projeto pessoal de quem não tem força e foge com pânico dos votos dos militantes”, Nuno Melo afirmou pretender “que o congresso se realize” nas datas previstas (27 e 28 de novembro), “para o CDS ir a eleições legislativas com a convicção de que pode valer por si”.

Esta é, sublinhou o único objetivo “à altura da história do partido e dos seus pergaminhos”.