Política

Governo pede para Assembleia da República acelerar 14 leis, incluindo contra a corrupção e videovigilância para polícias

Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares deu indicação para que se acelerem 14 propostas de lei do Governo que se encontram em fase avançada nas comissões. Se há tempo para tudo, só depende do calendário de Marcelo para dissolver

Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares
ana baião

A Estratégia Anti-Corrupção e o projeto de lei que regula a utilização de sistemas de vigilância por câmaras de vídeo pelas forças de segurança devem ser votados ainda nesta legislatura. Pelo menos é essa a vontade do Governo, que pretende ver votados mais 12 diplomas (14 no total), antes da dissolução do Parlamento.

O secretário de Estado adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, pediu por isso esta quinta-feira, na Conferência de Líderes, que se acelerem os trabalhos nas respetivas comissões relativas às propostas do Governo que já estão numa fase avançada.

É o caso da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção (ENCC), que altera os códigos Penal e de Processo Penal, que visa a "garantia de uma aplicação mais eficaz e uniforme dos mecanismos legais em matéria de repressão da corrupção, à melhoria do tempo de resposta do sistema judicial e à adequação e efetividade da punição" e do diploma que prevê o alargamento de uso de tecnologias de videovigilância por parte da PSP e GNR, desde 'bodycams' e drones.

Entre as propostas que deverão ser votadas ainda nesta legislatura encontra-se também a que aprova a Lei das Comunicações Eletrónicas e transpõe a diretiva europeia que estabelece o Código Europeu das Comunicações Eletrónicas e outra relativa à proteção das pessoas que denunciam violações do direito da União.

Em fase avançada nas comissões parlamentares estão também a proposta de lei para a revisão do Código dos Valores Mobiliários e a proposta de lei que transpõe a diretiva europeia que atribui às autoridades da concorrência dos Estados-membros competência para aplicarem a lei "de forma mais eficaz" e "garantir o bom funcionamento do mercado interno".

Também a proposta que altera o Código de Processo Civil, nas normas do regime da "propriedade horizontal", o "regime dos procedimentos para cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contratos de valor não superior à alçada do tribunal de 1.ª Instância" e o Código do Registo Predial deverá ter votação final global antes da dissolução da Assembleia da República. O objetivo é introduzir alterações na lei que "agilizem processos" para tornar a Justiça "mais célere", após o aumento das pendências na sequência da redução da atividade dos tribunais na pandemia.

O Parlamento vai manter o seu normal funcionamento até o Chefe de Estado assinar o decreto que dissolve a câmara. Depois, a Comissão Permanente assumirá funções até a realização das eleições legislativas antecipadas.