Política

Autárquicas: “Votar amanhã é mais importante do que nunca”, o apelo “veemente” do Presidente e português Marcelo Rebelo de Sousa

[COM VÍDEO] Em véspera das eleições autárquicas, que se realizam pela 13.ª vez no pós-25 de Abril, o Presidente da República louva e agradece o sentido de sacrifício dos autarcas, no poder ou na oposição, ao longo do último ano e meio de pandemia. A quem vier a ser eleito pede a missão essencial de recuperar o país da mais abrupta crise do último século e aos portugueses o redobrado dever de consciência de ir votar

“As eleições de amanhã, as décimas terceiras eleições locais da nossa Democracia são, no entanto, as primeiras marcadas por três crises ao mesmo tempo – a da pandemia, a da economia e a da sociedade. Nós sabemos que a memória das pessoas é, frequentemente, curta. Mas, desta vez, não esquecemos nem esqueceremos”, disse o Presidente da República, este sábado, dia reflexão eleitoral.

Na mensagem dirigida aos portugueses em vésperas das autárquicas deste domingo, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que até ao início de maio,“ vivíamos em estado de emergência, em junho, em estado de calamidade”.

”As restrições permaneciam quando as eleições foram convocadas, em julho, e as candidaturas apresentadas, em agosto. E muitas dessas restrições duraram até à própria campanha eleitoral, em setembro. À medida que a notável aventura coletiva da vacinação ia ganhando o combate contra a pandemia – mérito do pessoal da Saúde, de instituições e serviços básicos, de autarcas, das Forças Armadas e da maioria esmagadora dos Portugueses”, sublinhou.

Tudo isto, numas eleições que envolveram não dezenas ou centenas de portugueses, mas centenas de milhares de candidatos para três mil e noventa e duas Assembleias de Freguesia, trezentas e oito Assembleias Municipais e mais trezentas e oito Câmaras Municipais.

“Para a coragem cívica de todas e de todos que se empenharam em longas e difíceis campanhas, vai o nosso acrescido reconhecimento. Só quem foi candidato a autarca em tempos muito, muito mais simples – eu sei do que falo – pode entender bem o que é fazer campanha numa situação como esta”, salienta o Chefe de Estado, aludindo à sua candidatura à presidência da Câmara de Lisboa, em 1989, nas listas do PSD, quando enfrentou nas urnas, e perdeu, para Jorge Sampaio, então líder do PS.

Marcelo Rebelo de Sousa
Rui Ochoa/Presidência da República

“Para o sentido de sacrifício dos autarcas de todas as sensibilidades – no poder ou na oposição – ao longo do último ano e meio, vai a nossa profunda gratidão. Em especial, para aqueles que nos deixaram ao serviço das populações”, escreve, sublinhando que os presidentes de câmara “foram excecionais a acorrer a casos dramáticos, tantas vezes sem meios, sem tempo, para tamanhas urgências, em casas, em lares, em escolas, em locais de trabalho e em unidades de saúde", salientou.

No elogio aos autarcas locais durante a pandemia, Marcelo Rebelo de Sousa recorda ainda que “descobriram material de proteção sanitária, testes, ventiladores, improvisaram espaços de isolamento profilático, serenaram emigrantes, ajudaram infetados, apoiaram desempregados e insolventes, choraram mortos e deram força a vivos“.

“É isto ser-se autarca. E, ser-se autarca, numa crise, na saúde, na economia e na sociedade”, nota, sublinhando que, para quem vier a ser eleito, tendo a missão essencial de “recuperar da mais inesperada e abrupta crise” do último século, vai a “exigente esperança” dos portugueses.

“Finalmente, para os eleitores, vai o meu veemente apelo. Um apelo como Presidente da República, mas também como português.Votar amanhã é mais importante do que nunca”, adverte o Presidente da República, sublinhando que votar ”é um redobrado dever de consciência”.

“Por memória deste ano e meio que não esqueceremos. Por vontade de sair da crise definitivamente e de recomeçar a viver a vida a que todos temos direito”, refere o Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso de sensibilização aos eleitores e de combate à abstenção nas eleições locais.