Nem os mais próximos dizem saber o que Rui Rio fará no day after. Há muito que se diz no círculo de Rio que um confronto, em 2023, com Pedro Nuno Santos, o rosto mais à esquerda do PS na linha de sucessão, poderia ser mais vantajoso para o PSD do que um confronto com o experimentado António Costa. Mas o Congresso do PS do último fim de semana foi visto na São Caetano como uma confirmação da estratégia preanunciada: Costa deu tanta “atenção” à polémica dos sucessores que a dúvida vai permanecer até 2023. “Não podemos contar com essa carta em cima da mesa”, diz fonte social-democrata afeta a Rui Rio. O PSD terá de decidir que líder leva a jogo sem saber que adversário terá pela frente.
São duas as teses possíveis: ou Costa sai em alta em 2023 se achar que o PS está resolvido por dentro, ou o PS está “partido” e Costa vai, mais uma vez, às urnas para sair em 2024 para o tão falado cargo no Conselho Europeu. Nesse caso, seria uma saída à Barroso, mas até no PSD se admite que não seria bem a mesma coisa, porque Costa já teria nessa altura nove anos (não dois) de chefia do Governo.