Um homem não escolhe quando nem como nasce. Essa não liberdade vai, no entanto, determinar em boa parte a sua vida. Depois do momento em que sai da “terra assombrada”, que é o ventre da mãe, como lhe chamou Gedeão, se o caminho for reto e probo, consegue acrescentar, por si mesmo, valor ao que já lhe davam à nascença; caso contrário, pode nunca passar de um desgraçado.
Francisco José Pereira Pinto de Balsemão, mais conhecido apenas por Balsemão (e consoante os círculos por Dr. Pinto Balsemão ou apenas Francisco) nasceu em berço de ouro. Ele próprio o assume no longo livro de memórias que agora edita, através da Porto Editora, um grupo editorial que também esteve ligado à SIC. Assume-o, dizia, e sem peias: filho único, sobrinho único, infância desafiante, fechada e dourada, tais são as palavras com que abre o primeiro capítulo.
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