É no jogo que se segue que o comandante supremo das Forças Armadas (FA) poderá ter uma palavra mais decisiva a dizer quanto à reforma que promulgou esta terça-feira. Marcelo Rebelo de Sousa deu luz verde à nova arquitetura do comando superior das FA, mas esta só tem efeito pleno com a alteração das leis orgânicas do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) e dos três ramos militares, Exército, Marinha e Força Aérea - decretos governamentais que serão analisados à lupa por Belém, sabe o Expresso.
Na sua nota de promulgação, Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma mensagem muito subtil quando escreveu que o avanço da reforma abre "espaço" na "futura apreciação das leis orgânicas". O que quer isto dizer? Que o Presidente será mais exigente na análise destes diplomas: como são decretos-lei, tem maior latitude de ação, pois um eventual veto a um diploma do Governo é definitivo, o que pode não acontecer com as leis da Assembleia da República aprovadas por maiorias alargadas (como foi o caso).