Na próxima semana há alívio de restrições à vista. Segundo Luís Marques Mendes, comentador da SIC e conselheiro de Estado, é “quase certo” que vão “acabar as restrições horárias que existem neste momento. Não é com todas, são as horárias: Nos restaurantes, nos espectáculos, no recolher obrigatório entre as 23h e as 5h00 da manhã”, disse no comentário deste domingo. A ideia, acrescentou ainda “é apostar cada vez mais na testagem e e vacinação, nos Certificados Covid” - ou seja, terminar restrições de horários, mas ampliando a exigência de um certificado válido para entrar. Será esta a proposta dos especialistas na reunião do Infarmed da próxima terça-feira, convocada pelo Governo precisamente para ajudar a decidir o alívio de restrições para o mês de agosto.
Segundo Marques Mendes há ainda outra hipótese “em apreciação”. “Podem acabar as decisões de restrições em função da incidência, concelho a concelho”, passando as restrições a ser definidas tendo em conta apenas os indicadores para todo o país. Apesar dos números ainda altos, é um facto que a incidência nacional está a desacelerar - o que Presidente da República disse ver este fim de semana como “razão para ter esperança”. Porém, vincou o comentador da SIC, “nesta questão, os peritos estão divididos.”
Mais difícil ainda vai ser a decisão sobre a vacinação das crianças. “A Comissão Técnica está dividida. A maioria dos especialistas não quer a vacinação generalizada das crianças entre os 12 e os 15 anos. A Directora Geral vai ter de decidir”, disse Mendes, corroborando as notícias do Observador e do Público que o relataram. Mas logo depois, no debate do Estado da Nação, António Costa deixou já datas indicativas para essa vacinação arrancar: de meio de agosto a meio de setembro, para o processo estar completo antes do arranque do ano escolar.
Sobre a terceira dose, Mendes diz que não há decisão tomada sobre isso, acrescentando que falou com os responsáveis da DGS sobre o assunto, que desvalorizou os alegados problemas com a vacina da Jansen.
O que anda a pleno vapor é a vacinação. Os dados apresentados na SIC - e que Mendes regularmente confere com a Task Force de vacinação -, o objetivo está já traçado com datas no calendário: O objectivo em 8 ou 15 de Agosto é atingir 74% com pelo menos 1 dose e 66% com vacinação completa; em 1 de Setembro é alcançar 83% com pelo menos uma dose e 69% com vacinação completa; e a 30 de Setembro é chegar a toda a população elegível com 1 dose e 84% com vacinação completa”. Será aí que o país atinge a imunidade de grupo, uma vez que a variante Delta impôs uma meta mais ambiciosa para a segunda dose de vacinação exigível.
Para já, disse Mendes, “no quadro da UE, continuamos bem. Somos o 5º país da União com maior percentagem de pessoas vacinadas com pelo menos uma dose, claramente acima da média europeia” - havendo 66% dos portugueses com pelo menos uma dose e mais de metade (52%) já com a vacinação completa.