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Política

Nuno Afonso sente-se “injustiçado” por deixar de ser vice-presidente do Chega. E diz que Ventura pode ter sido “mal aconselhado”

É um dos três vices do partido que deixam de o ser neste III Congresso. Ao contrário de Diogo Pacheco de Amorim, encara a mudança como uma despromoção. E afirma ter sido apunhalado. Militante número 2 do Chega, coordenador autárquico e candidato à Câmara de Sintra, Nuno Afonso não compreende a sua passagem a vogal, mas tem a ambição de chegar a deputado, conta ao Expresso. A sua despromoção é mais um sinal da turbulência interna que a reunião magna em Coimbra tem deixado evidente

António Pedro Ferreira

Como sai de vice-presidente? Concorda com a decisão?
Saio magoado, mas o André Ventura foi eleito presidente com uma percentagem muito grande dos votos. Sou um democrata acima de tudo, portanto ele como presidente eleito – e são estes os estatutos do partido – tem todo o direito de escolher a sua direção e fazer o que bem entender. Não quer dizer que eu concorde com a decisão. Até já falei com ele sobre isso. Politicamente não passa o sinal que devia passar, até por causa das autárquicas.

Passa um mau sinal?
Tudo o que fazemos na política é visto por pessoas que não estão dentro do partido, que não percebem as suas dinâmicas internas. Quase tudo aquilo que fazemos politicamente é uma mensagem, é qualquer coisa que passa. Fazer uma mudança radical destas, com alguém que é coordenador autárquico e candidato à segunda maior Câmara do país, passa uma determinada mensagem. Depende das pessoas interpretar essa mensagem.