O terapeuta era o comentador Camilo Lourenço, os pacientes Miguel Morgado e Miguel Pinto Luz (PSD), Cecília Meireles (CDS), Nuno Afonso (Chega) e Joaquim Aguiar (antigo assessor político da Casa Civil dos Presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares). Todos sentados num "divã" para refletir a "necessidade de convergência" da direita, num painel do primeiro dia da convenção do Movimento Europa e Liberdade, reunido em Lisboa. "Sempre que há um sintoma, o doente é incomodado pelo sintoma e cabe ao médico interpretar e definir a terapêutica", dizia o ex-assessor político a dada altura em resposta à pergunta do "terapeuta" sobre se o problema era de princípios-base ou de 'como fazer'. Porque é que os vários partidos da direita não se entendem? É porque não estão de acordo nos princípios ou porque não estão de acordo na forma de lá chegar? Ou se calhar até estão mas não dizem?
Por partes. Miguel Morgado começou por desvalorizar por completo o "psicodrama" da direita, que está muito agarrada à "pureza" dos seus princípios ideológicos, e não é capaz de abrir horizontes em nome de um bem maior. Para o ex-deputado e ex-assessor político de Passos Coelho, que assistia na primeira fila, a convergência das direitas é uma “indispensabilidade”. E “todos sabem disso”, só têm medo de o dizer publicamente porque isso seria destapar o centro, dizem.