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Política

As curvas que a direita tem pela frente. O que pensa Marcelo? O que quer Costa? Para onde corre Rio?

A direita aproxima-se do dia D. Quer segurar Rui Rio em outubro? Trocar de líder em janeiro? Ou esperar que António Costa se despeça? Descubra qual das três Marcelo prefere

Ter um Presidente da República com ADN de comentador tem vantagens e desvantagens, mas nunca produz efeito neutro. Marcelo Rebelo Sousa influenciou há dois anos, quando antecipou uma crise profunda e duradoura na direita — as sondagens não são tão disruptivas como parecem (já lá vamos), mas confirmam que a direita toda somada ainda é pouco. E quando, na semana passada, o Presidente disse numa entrevista à RTP que após as autárquicas de setembro/outubro Rui Rio pode “não querer” ou “não poder” manter-se como candidato a primeiro-ministro, o que se ouviu foi um tiro para a abertura da caça. Um tiro que, sendo provocatório, não é alucinado.

A um mês de o país cheirar a férias, a direita ainda viverá momentos palpitantes: o Congresso do Chega e o encontro do MEL — Movimento Europa e Liberdade (a ‘Aula Magna da direita’), que se realizam na próxima semana, vão testar empatias e sinais que com a crescente fragmentação deste lado do espectro partidário podem revelar-se essenciais para a direita chegar ao poder. Mas, sozinho ou acompanhado, caberá ao PSD liderar esta dinâmica e há uma hora da verdade marcada para a estação outono/inverno. Com autárquicas no fim de setembro e diretas no PSD em janeiro, o maior partido da oposição vai ter de decidir com quem irá a jogo contra o Partido Socialista. Uma dúzia de conversas com quem conta sugere uma conclusão: está tudo em aberto.