Ao contrário do ambiente de há quase três anos, a XII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda (BE) vai mostrar um partido a morder os calcanhares a António Costa. E a roer uma corda que já não é difícil imaginar definitivamente partida.
Os bloquistas preparam-se para centrar a discussão em temas que levaram à rutura com o Governo no Orçamento do Estado (OE) para 2021, como as alterações à legislação laboral, o robustecimento do Serviço Nacional de Saúde ou o Novo Banco, bandeiras que prometem voltar a levar a futuras rondas negociais com o PS, para as quais dizem ainda não ter sido oficialmente convocados. A aritmética fica assim simplificada: se não houver respostas diferentes do Governo, e até agora há zero sinais de que isso possa acontecer, o BE faz o mesmo que no outono passado, ou seja, vota contra o OE e rompe de vez com o que resta da ‘geringonça’.