A cada 15 dias, o Governo presta contas ao PCP sobre as medidas que o partido aprovou no Orçamento do Estado para este ano. Quando se aproximam novas negociações à esquerda, a começar pelo Programa de Estabilidade, os comunistas têm insistido em ver os "progressos" que o Governo fez na execução do OE e em corrigir erros em medidas aprovadas.
É o caso do subsídio de risco para os profissionais que estão na linha da frente no combate à pandemia. O deputado do PCP Duarte Alves quis saber "porque quer o Governo limitar este subsídio" porque há "vários trabalhadores que estão ao serviço do Estado que não estão abrangidos" nomeadamente os técnicos de análises.
Na resposta, o ministro admitiu que "não faz sentido" que haja trabalhadores "expostos ao risco" que "não estão abrangidos" e como tal, admitiu, "teremos de ver" esta questão.
Além desta garantia, João Leão assegurou ainda ao PCP que haverá um despacho em breve que clarifique como poderão as empresas optar por não pagar o Pagamento Por Conta. Em causa está o facto de o Governo ter lançado a opção de pagamento por prestações. O PCP viu e quis que o Governo deixasse claro que "isto é outra possibilidade mas que não põe em causa o que está no Orçamento do Estado". Ou seja, que as empresas que pretendam estar dispensadas do pagamento possam estar dispensadas.
Além destas questões, o PCP insistiu em saber como estão as contratações no setor da saúde, mas o ministro respondeu apenas de forma global, com um aumento de profissionais de saúde de forma geral acima dos 8 mil, e prometeu um "levantamento" para responder ao partido.
O Governo gere com pinças esta relação com o PCP uma vez que depende, em grande parte, do acordo dos comunistas para fazer passar os orçamentos do Estado. Os comunistas têm dado, nas últimas semanas, vários sinais de descontentamento sobre a execução do OE. Aliás, essa era também uma guerra que o BE tinha com o Governo quando ainda estava dentro do barco da "geringonça".