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Buscas na Câmara de Lisboa. 12 casos, dois nomes que se repetem: Manuel Salgado e Espírito Santo

“Operação Olissipus” investiga vários negócios feitos pela Câmara Municipal de Lisboa, que levaram a Polícia Judiciária a fazer buscas esta terça-feira a alguns edifícios camarários. Fernando Medina diz-se “tranquilo”, sem a imagem beliscada e defende-se apontando um caso que a própria autarquia denunciou e outro que ainda promete denunciar. O Expresso foi ao baú procurar cada um

A Polícia Judiciária fez esta manhã buscas em 28 espaços, domiciliários e não domiciliários, pertencentes não só à Câmara Municipal de Lisboa (CML) como a elementos a ela ligados. Em causa estão 12 casos-negócio, dos quais alguns são “amplamente conhecidos e escrutinados”, como apontou esta tarde Fernando Medina, presidente da autarquia, em reação às investigações.

Mas são ainda casos por esclarecer. A PJ aponta para suspeitas de “abuso de poder, participação económica em negócio, corrupção, prevaricação, violação de regras urbanísticas e tráfico de influências”.

Olhando para os nove projetos urbanísticos e para as três empreitadas referidas no comunicado da própria CML, há dois nomes que saltam imediatamente à vista. O primeiro é o de Manuel Salgado, ex-vereador do Urbanismo, que foi ainda número dois na presidência de António Costa.

O ex-vereador abandonou a autarquia ainda em 2019, tendo sido substituído por Ricardo Veludo. Na altura da decisão, em entrevista ao Expresso, disse que se sentia “com forças para continuar a trabalhar” e confirmava que a saída não implicava abandonar a a Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), empresa municipal que é vista pela oposição como uma “câmara dentro da câmara”. Saiu recentemente, já em 2021, depois de ter sido constituído arguido num outro caso, o da CUF Tejo.