É o regresso à vida política, depois de ter dito que não era o momento para isso. Estavamos em meados de fevereiro de 2020, a pandemia ainda era uma miragem, e Carlos Moedas estava confortavelmente instalado no seu gabinete da Gulbenkian. Fazer “política dos partidos” não estava nos seus planos. Queria era pôr os “pés na terra”, tomar decisões que mexessem com a sociedade, em vez de estar no "helicóptero" cheio de “ruído” que é a política nacional. Mas também não fechava a porta: “Obviamente não fecho na minha vida a porta à política. Mas não está dentro dos meus planos, dos meus objetivos, daquilo que quero fazer na vida”, dizia numa entrevista ao Observador.
Antes, em finais de 2019, noutra entrevista, já tinha respondido o mesmo à eterna questão: vai ou não vai ser uma peça a ter em conta no futuro tabuleiro do PSD? “Não o excluo no futuro porque aquilo que puder dar ao PSD, darei. Um dia pode vir aí uma oportunidade em que eu sinta: ‘Agora é a boa altura para servir o partido’. Não nasci na política, não tive sonho de, politicamente, ser isto ou aquilo, nunca houve uma vocação, existe sim sentido de serviço. Se um dia isso acontecer, acontece…”. Na sexta-feira foi o dia. Aconteceu.